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Na data em que se celebra o Dia Internacional da Mulher, a Ambiental Ceará reforça o compromisso com a inclusão e representatividade feminina, e conta histórias de mulheres que atuam no mercado do saneamento
Garantir um ambiente de inclusão e aumentar a representatividade da mulher no setor de saneamento é uma das bandeiras da Ambiental Ceará, que segue as diretrizes da Aegea no eixo ESG. Em 2022, a companhia – que é referência em saneamento privado e controladora da Ambiental Ceará – foi a primeira a emitir o “Sustainability-Linked Bonds”, pactuando, entre as metas, o aumento do número de mulheres em cargos de liderança.
Para a diretora de Relações Institucionais da Ambiental Ceará, Águeda Muniz, há um considerável avanço na ocupação de mulheres no mercado de saneamento, porém, o desafio de aumentar a inclusão e de dar visibilidade ainda é uma constante.
“Podemos pensar o tema sob suas perspectivas: mulheres que atuam profissionalmente no mercado do saneamento básico, em grandes empresas ou de forma empreendedora; e podemos enxergar o saneamento como uma ferramenta importante e essencial para a melhoria de vida e o fortalecimento das mulheres, já que elas são as mais afetadas pela falta do saneamento básico”, acrescenta.
Empreendedora do saneamento

Dona de casa e mãe de três filhos adultos, Maria Aparecida do Nascimento – ou Cidinha, como gosta de ser chamada – não imaginava que, aos 46 anos, uma capacitação na área de saneamento básico transformaria a rotina dela e de outras mulheres do bairro. Mais que isso: lhe daria uma nova perspectiva de vida.
Residente do bairro Mondubim, em Fortaleza, Cidinha está entre os 81 empreendedores formados pelo programa Mãos e Obras, ao longo de 2024. A iniciativa foi executada pela Ambiental Ceará, responsável pela operação e ampliação do sistema de esgotamento sanitário em 24 cidades cearenses, a partir de uma Parceria Público-Privada firmada com a Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece).
Além de capacitar os participantes para conectar imóveis na rede de esgotamento sanitário e fazer manutenções de instalações sanitárias, a formação incluiu módulos sobre empreendedorismo e técnicas de vendas.
Além de Cidinha, o esposo dela, Francisco Santana, que já atuava fazendo instalações hidráulicas e serviços de manutenção, participou do Mãos e Obras. “No começo [do curso], quando nos disseram que ia ser uma grande oportunidade de vida, eu até desacreditei. Mas quando comecei a trabalhar, a andar de porta em porta vendendo os serviços, vi as pessoas se interessando pelo meu trabalho e isso foi me dando gosto. Além de eu estar ganhando financeiramente, eu estava ajudando também as pessoas a melhorarem de vida com as ligações à rede de esgoto”, relata.
Semanalmente, o casal programa visitas a bairros de Fortaleza que possuem rede de esgoto disponível e oferece o serviço de ligações intradomiciliares – conectar o imóvel à tubulação que passa na rua. “Costumamos fazer visitas ao longo de quinze dias, porta a porta, oferecendo nossos serviços, e nos quinze dias seguintes, nos concentramos em realizar as obras”, explica. Desde que concluíram o curso, Cidinha e Santana já realizaram a ligação de 25 residências ao sistema de esgotamento sanitário, contribuindo com a missão coletiva de universalizar a coleta e o tratamento do esgoto.
Autonomia e melhora da autoestima
A nova rotina de trabalho e a interação com diferentes grupos do bairro de que ela participa, a exemplo do Afluentes, contribuíram para uma significativa mudança no estilo de vida de Cidinha, que atravessava um período de profunda tristeza e falta de autoestima.
“Antes, eu era uma pessoa muito triste, não ligava para a minha aparência, não gostava de me arrumar. Ficava em casa o dia inteiro. Mas depois que fiz o curso, comecei a trabalhar e vi a renda do meu trabalho, tudo mudou! Minha autoestima melhorou, comecei a cuidar de mim, a usar meu dinheiro e conseguir realizar coisas sozinha. Entrei na Zumba, me reúno com outras mulheres empreendedoras. Sinto que tenho valor. Eu sempre tive o sonho de ter meu próprio negócio, minha vida melhorou muito”, conclui.
Hoje, além de atuar na conexão dos imóveis ao sistema de esgotamento sanitário, Cidinha está, aos poucos, criando uma rede de mulheres empreendedoras no saneamento, convidando as amigas do bairro para acompanharem as visitas em que ela oferece o serviço de ligação.
“Quero continuar ensinando mulheres para que elas possam vender esse serviço, gerando mais empregos no bairro e garantindo que elas tenham lugar no mercado de trabalho. E tenham, também, a vida transformada como a minha. Vamos seguir expandindo nossos serviços e contribuindo para a mudança do cenário do saneamento”, conclui.
Lugar de mulher é… operando uma Estação de Tratamento de Esgoto!

“Monitorar e operar as bombas do quadro de comando, fazer a manobra nos registros, realizar a limpeza dos leitos de secagem, monitorar e operar as bombas dosadoras de cloro, fazer a análise dos efluentes tratados… É um trabalho braçal, feito por homens, mas que eu faço”, revela com convicção Juliana Barroso, 41, mãe de duas filhas e a primeira mulher a operar uma Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) na Ambiental Ceará.
Há quase dois anos no quadro de colaboradores, a trajetória de Juliana na empresa iniciou no setor de serviços gerais, nas atividades de limpeza e manutenção de escritórios e bases da Região Metropolitana de Fortaleza. Até que surgiu a oportunidade de trabalhar geograficamente mais perto de casa. A vaga, contudo, trazia um desafio: operar uma Estação Elevatória de Esgoto (EEE), no Distrito Industrial, na cidade de Maracanaú. “Eu não fazia ideia de como era o trabalho e aprendi tudo do zero”, relata.
Um ano e três meses depois, Juliana migrou para a operação de uma ETE. “É tudo novo. Estou aprendendo, ainda. Mas me sinto apoiada e respeitada pelos meus colegas de trabalho e pela minha líder, que também é mulher, e sempre se coloca à disposição para tirar minhas dúvidas, me orienta, e me passa muita força”, completa.
Para ela, o grande incentivo é a melhoria de vida da família e as oportunidades que vão surgindo. “Vejo na perspectiva de que o meu currículo vai ficar mais rico. Tudo isso gera conhecimento e experiência para alcançar novos postos de trabalho e crescer na própria empresa”, conclui.